"OLHA A CABELEIRA DO ZEZÉ"
No ano de 1964 foi lançado a marchinha:
"Cabeleira do Zeze" que se tornou um dos
maiores sucessos de todos os carnavais.
O seu sucesso e a sua relevância cultural
levou-a a ser reconhecida como Patrimônio
Histórico da Humanidade pela UNESCO.
Dizem que essa marchinha carnavalesca,
com posta por João Roberto Kelly e Robe-
to Faissal, foi uma gozação para com um
garçom de apelido "Zeze" do bar São Jor-
ge em Copacabana, Rio de Janeiro. O gar-
çom usava os seus cabelos um pouco mais
longos para os padrões da época. O tal gar-
çom flertou com a namorada do composi-
tor João Roberto Kelly, que não gostou
e junto com o Roberto Faissal se vingou
com a insinuosa marchinha a razão de sua
cabeleira. Coincidentemente um outro fa-
to, relativo a extensão capilar, ocorreu na
quele mesmo ano.O que poderia ter dado
a origem à inspiração dessa marchinha,
e assim poderia ter-se chamado...
Porém, naquele mesmo ano de 1964, mais
precisamente na cidade de São Paulo, um
jovem costureiro, que era a coqueluche do
momento na moda, foi notícia por conta
de sua vasta cabeleira. Trata-se do nosso
Clodovil Hernandes, ainda bem jovem, a
causar sensação e notícia por conta de sua
corajosa e autêntica personalidade. Em
tempos de um Brasil de um regime militar
recém implantado, época de moral e cos-
tumes rígidos, Clodovil começou a rom-
per com uma linha que determinava a
masculinidade e feminilidade. E a rompe
a partir do comprimento de seu cabelos,
pois cabelos mais compridos e volumo-
os eram femininos e nunca adotados
pelos homens. Porém a sua cabeleira
trouxe-lhe problemas e foi notícia na
época:
ferentes formas por diferentes e conceitu-
ados colunistas da época. Na nota abaixo,
Clodovil, levou a melhor, teve os seus di-
reitos respeitados pela sua argumentação
e inflexibilidade do que lhe era de direito
Porém , o Lalau, o Stanislaw Ponte Preta,
através de seu comentário sobre o epi-
sódio, mostra-nos que ele não considera-
va o comportamento de Clodovil como
uma de suas certinhas.
De colunista em colunista o assunto foi
comentado. Clodovil era notícia e como
notícia tinha a sua integridade adulterada.
Jacinto Thormes, o colunista das Terezas
e Dolores, importante colunista social
da época, registrou assim a ocorrência,
evidenciando a importância social de
Clodovil. Frequentando a mesma coluna
em que nomes como o de Carmen Mayrink
Veiga era constantemente citado.
em que nomes como o de Carmen Mayrink
Veiga era constantemente citado.
Portanto o que poderia ter sido não foi,
mas bem que poderia ter sido. E como...
"TENHAM UM FELIZ ..."
DANIAN DARE
mas bem que poderia ter sido. E como...
"TENHAM UM FELIZ ..."
DANIAN DARE
5 comentários:
Danian, querido: Este Porst tem bom humor...mas ao mesmo tempo me leva a pensar o que faz o preconceito!!!
O tempo vai passando, a marchinha continua e a sociedade intolerante
também!
Mas é Carnaval, momento de animação, fantasia, discontração...
Beijos prá você,
Claudia
Sim, querida Cláudia, a sociedade é a mesma, intolerante e sem solidariedade. Pena, a humanidade deveria fazer da vida uma festa de alegria e confraternização.
Boa Tarde Danian,
Primeiro, parabenizá-la pela criação e manutenção do blog, e consequentemente, a manutenção da memória do Clo.
Aproveito também para convidá-la a visitar nosso site, especialmente a homenagem que fizemos ao eterno e inesquecível Clodovil Hernandes.
http://oteatrodavida.blogspot.com.br/2013/02/clodovil-para-que-ser-coerente-se-vida.html
Sinta-se a vontade para navegar pelo blog e deixar sua impressão, tanto do blog como da homenagem!
Abraços,
Jonathan Pereira
Ai que delícia!!!! Realmente me deliciei lendo... que escrito "pra cima", gostoso, bem-humorado!!!!!!
Há de se ter um certo humor nessa vida, caro Ricardo.O tema dessa postagem inspira esse humor e essa alegria de um brincar de carnaval.
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