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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

CLODOVIL E A FONTE DE SEU SABER.




CLODOVIL E A RAZÃO DE SEU SABER

Eis aqui, a razão de grande parte do saber de
Clodovil Hernandes. Há uns quarenta anos atrás,
Clodovil afirmara:"Gostaria de ser muito culto e
não tenho muito tempo para isso.Acho a cultura uma
coisa maravilhosa". Em em sua busca pela cultura,
Clodovil encontrou nos livros a sua fonte inesgotável.
Através dos livros, Clodovil aprimorou a sua cultura,
estendeu o seu saber, refinou o seu gosto e assim
 redefiniu o seu ser. Com o advento da internet
e das mídias virtuais e com isso a possibilidade
da superação do uso do livro, Clodovil argumentava
a favor do livro. Falava do prazer que tinha ao
folear um livro com as suas mãos, manuseando
folha por folha, num contato agradável..
Quantas vezes em seus programas televisivos,
ele mostrava, comentava sobre livros, alguns
livros de arte de pouco acesso à maioria dos seus
telespectadores. Clodovil nos mostrou que através
dos livros se alcança a cultura, tão deficitária
em nosso Brasil. E lembro que foi-me
apresentado a coroa da Shahbanu Farah Diba por
Clodovil em um de seus programas, ele abriu
um livro e mostrou a beleza e riqueza de
tão rara joia do tesouro iraniano. Isso é cultura,
informação, é a história que os livros nos trazem
 através de seus textos e imagens.
Se tive a chance de conhecer a magnificência
de tal coroa graças à Clodovil, pois que de
outra forma não a conheceria. A nenhum outro
se interessaria em divulgar tal coroa,
conhecimentos que se limitam à
pouquíssimos nos meios de comunicação
brasileiros.



A beleza do conhecimento poderia se fazer representar
  por essa coroa que a Shahnabu Farah Diba se fez coroar.
E eis a coroa do saber, quanto conhecimento está presente
em tão belo artefato. Milênios de história se encontra na
formação dessa coroa e tantas histórias se encontram nos livros.




ADENTRANDO AS PORTAS DO SABER

Em sua casa em Ubatuba, Clodovil possuía uma
biblioteca, bonita e singela. Essa biblioteca seria
pequena para caber todos os livros que pelas mãos
passaram. Ali guardava-se livros que Clodovil lera
durante sua vida. Livros que fizeram Clodovil chorar,
sorrir, alegrar-se ao folear as páginas de um livro.
Porém, agora, livro algum se encontra lá, vendidos
que foram para nada se preservar.


Darcy Penteado retratou o jovem costureiro em
início de carreira, o que representava o começo
de sua história na moda.
E na biblioteca, Clodovil pendurou o seu primeiro
retrato, o seu retrato de iniciante de sua própria
história. Pois iniciantes somos sempre na escola
do saber, sempre aprendendo alguma coisa, 
sempre tendo mais a aprender.




Livros, o retrato, a lareira e a claridade para uma boa
leitura, além da paz do lugar. Tudo para se relaxar e
se entregar a um bom livro.

Clodovil soube aproveitar os espaços de sua pequena
biblioteca, dispondo os seus livros no alto das cabeças.
O que poderíamos interpretar que é no alto de nossas
cabeças que os livros de nossa memória estão a se 
encontrar.


Muitos livros ainda haviam, antes de tudo acabar.
Acaba-se, também, a história de um artista.


Livros que começam a deixar e a biblioteca a se esvaziar.


Os anjos na lareira encimar.

DE HISTÓRIA SE FAZEM OS LIVROS E COM LIVROS SE FAZ UMA BIBLIOTECA.



A história da moda se fez presente  dentre os livros
de Clodovil, pois a sua história foi parte da moda.


Horst fotografou a moda de outros tempos e assim
fez o seu nome na história da moda. E de seu 
trabalho se fez este livro, que na biblioteca de Clodovil
não poderia faltar. Horst e a sua história na biblioteca
de Clodovil já não se encontra mais.



Pulos heroicos, pulos históricos, e assim de pulos
em pulos conta-se uma história.

Pinceladas de cores pincelando uma pincelada
de história as páginas de um livro e os olhos do
seu leitor.

Jesuíno e seus poemas em Pastores de Temporais.

A São Paulo antiga da época da garoa, tempos
de uma São Paulo que Clodovil amava. Tantas
lembranças condensadas em um livro para de
tempos em tempos o passado relembrar.

O grande estilo Art Deco, em seu espírito e esplendor,
encheu os olhos de Clodovil, pois de grandes estilos
ele entendia.

Daqui e Dali, livros de arte como esse.


Livros que já não se ouve falar,
Linda Conde a fotografar.

Paul Poiret, Jacques Doucet, Redfern e a moda de Paris
do início do século XX a retratar.


Livros e mais livros, quantas histórias a guardar,
bibliotecas, um universo a guardar.

Do filho de um simples agricultor, o jovem pedreiro,
encantado com a pintura de Portinari, decidiu, também,
pintar. E assim, Adélio Sarro, um grande pintor acabou
por se tornar e a Clodovil cativar.

Cecília Meirelles, poemas femininos para o lado feminino
da alma de Clodovil cultivar.

A linguagem feminina a preponderar nos livros do
acervo de Clodovil, pois esse era o seu universo.

Hollywood Glamour! Glitter! Romance!
Por uma autoridade da moda.


CLODOVIL, A RAZÃO DO SEU SABER.

QUARTA-FEIRA, 19 DE OUTUBRO DE 2011

Em termos do saber Clodovil buscava sempre mais e melhores informações. Valorizava e buscava a cultura, daí a foto acima, revelando sua fonte do saber. E isso era uma parte de tudo o que passou em suas mãos pela sua vida. Sem mencionar que ele pagou por tudo isso para ter e deter o conhecimento. Enquanto muitos, mesmo tendo acesso a livros, revistas e jornais não se esforçam em ler algumas poucas palavras por dia. O que me faz lembrar de uma piadinha que o escritor Gore Vidal criou sobre o ex-presidende dos EUA, Ronald Reagan. Vidal disse que a biblioteca de Reagan pegou fogo e nada se salvou. Os dois livros ficaram carbonizados. O que mais entristeceu Reagan foi que ele ainda não tinha colorido as figuras. Aí, Gore Vidal pegou pesado.


DANIAN

4 comentários:

Claudia disse...

Danian, querido: Belíssimo post!!!
Viajei na leitura, imaginando quantos livros belíssimos o Clodovil tinha...Verdadeira fonte de inspiração, cultura, aprendizado...
Que canto aconchegante, dentre outros tantos da casa, deve ter sido a biblioteca dele...
Adorei suas ilustrações e imagino o trabalho que dão, suas pesquisas.
Continue nos deliciando com suas postagens!!
Beijos,
Claudia

Danian Dare disse...

Querida Cláudia, como gostaria de ter entrado naquela biblioteca e visto todos os livros. Pena que durante a vida ele foi se desfazendo das coisas, se não fosse por isso aquela biblioteca não caberia de tantos livros. Sim, dá trabalho as pesquisas que faço, mas é instigante compor essas postagens. E quando consigo desenvolver o lado estético, as coisas vão se formando, construindo uma identidade.

Anônimo disse...

Danian Dare...

Sempre arrasando no post com
lindas fotos, lindas ilustrações. Admiro seu trabalho de pesquisa Danian.
Tudo que envolve o nome de Clodovil, faz com que a memória dele permaneça sempre viva.
Pelo menos isso, a memória não é Danian?
Continue meu amigo, seu trabalho será de gde valia daqui a algum tempo...
Bjs
Maria Viana

Danian Dare disse...

Há que se contar história, querida Maria, e talvez seja num livro o melhor espaço para guardar a memória. Pois com o resto se acabam com rápida voracidade.