O nosso jovem costureiro, já no início dos anos 70, adaptava-se à modernidade da época. Tempos de mudanças profundas na sociedade, toda uma série de valores sendo contestados e revistos por uma nova geração, que queria o seu direito de ser, a sua afirmação no mundo, a sua identidade. Nessa nova onda,(Morô bicho?) a descontração e a liberdade se refletiam no vestuário do dia-a-dia das pessoas. Clodovil em sintonia com seu tempo, seja como lançador de modas ou como adaptador, já incluia items dessa nova liberdade de expressão no vestir. Cabelos longos, camiseta de malha justa, um cinto "envenenado",como diria ele, e uma bolsa a tiracolo. Algo impensável para um homem uns 10 anos antes. Nessa nova atitude que rompia com uma velha definição de masculinidade, propondo algo ambíguo e aproximando mais os sexos, numa onda unissex. Clodovil citava como exemplo as bolsas tiracolo para homens que estão sendo usadas naquela época." Fui o primeiro a usar destas bolsas no Brasil, quando voltei de uma viagem à Europa. No começo usava só por brincadeira, talvez para ser notado. Hoje, usar uma bolsa é uma coisa tão pratica que não me separo mais dela". E assim Clodovil reafirmava o seu papel de vanguarda na moda brasileira.
Danian.
2 comentários:
Danian cada dia meu prazer aumenta ao ler seus comentários, são culturais e ilustrativos. Enquanto vc nos mostra a verdadeira influência de Clodovil por este mundo e todas as tendências que aquela cabeça iluminada nos deixou, o blog joão amigo a meu ver faz apologia ao seu dono deixando de lado o lado cultural e histórico que vc coloca muito bem. Parabéns Danian vc é mesmo a sensibilidade em pessoa
Uma pergunta vc também conviveu com Clodovil? Era amigo dele?
Helena Buarque
São Paulo
Querida Helena Buarque, mais uma vez obrigado por suas palavras. Não conhecia Clodovil pessoalmente, apenas acompanhei uma parte de sua vida e história através dos meios de comunicações.
Danian.
Postar um comentário